Governo apresenta Estratégia “Indústria 4.0”
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, acompanhado do secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, apresentou, no Politécnico de Leiria, no passado dia 30 de janeiro, a Estratégia “Indústria 4.0”.
A Estratégia “Indústria 4.0” visa, como um dos objetivos, garantir que os empresários e gestores das empresas portuguesas estão preparados para enfrentar um mundo em que só indústrias “inteligentes”, totalmente adaptadas ao mundo digital, conseguem ser competitivas.
O programa foi debatido pelo Governo “com mais de 200 entidades e empresas em grupos de trabalho para diferentes sectores. Cruza o Ministério do Emprego, o Ministério da Educação e o Ministério da Ciência. Consiste na aplicação de 60 medidas, que resulta desse trabalho conjunto com mais de 200 entidades e empresas, constituído por grupos de trabalho por áreas setoriais , como o retalho, o turismo, o automóvel, os moldes ou a agroindústria”. Entre os grupos de trabalho, estiveram incluídas empresas como a Google, a Bosch, a Altice, a Siemens ou a Volkswagen.
O termo “Indústria 4.0” começou a ser usado pelo governo alemão quando, em 2012, lançou um plano de modernização industrial com essa designação. Depois de uma primeira revolução industrial que resultou do aparecimento das máquinas a vapor, de uma segunda que ocorreu com o uso da eletricidade e a produção em cadeia e em massa e de uma terceira que aconteceu assim que se automatizou a produção através do uso de computadores, podemos estar agora perante uma quarta revolução industrial, em que, para além da automatização, se assiste a uma total e permanente ligação das máquinas com outras máquinas e com as pessoas, o que torna todo o processo produtivo muito mais inteligente.
A iniciativa vai permitir a mais de 20 mil trabalhadores ganhar novas competências digitais, nomeadamente ao nível dos seus quadros técnicos e de gestão, para além dos próprios empresários. O objetivo é preparar as empresas para as mudanças, atribuindo aos seus trabalhadores as competências técnicas necessárias.
A medida prevê uma oferta específica de formação para dirigentes, lecionada em escolas de gestão e promovida por entidades públicas e privadas.
Outra medida do plano do Governo inclui a atribuição de um vale “Indústria 4.0” no valor de 7500 euros a Pequenas e Médias Empresas para que estas adotem tecnologias que permitam mudanças disruptivas nos seus modelos de negócio.
Entre as medidas apresentadas destacam-se:
• Vale Indústria 4.0, que se destina a apoiar a transformação digital através da adoção de tecnologias. Estes vales têm o valor de 7.500 euros e deverão apoiar mais de 1500 empresas, representando um investimento público de 12 milhões de euros.
• Programa de Competências Digitais, que permitirá a formação de mais de 20 mil trabalhadores, que vão ter formações em TIC, em vários níveis”.
• Cursos Técnicos i4.0, cujo objetivo é criar momentos de interface entre as escolas e a indústria.
• Learning Factories, que visa a promoção e apoio na criação de infraestruturas físicas com equipamento tecnológico que recriem ambientes empresariais i4.0.
• Missões Internacionais, com comitivas nacionais, lideradas por representantes do governo.
• ADIRA Industry 4.0, uma aposta na criação de soluções de hardware e software, implementando serviços de dados e comunicação entre máquinas o que irá permitir à empresa configurar produtos/serviços inovadores.
• FOOTURE 2020, Desenvolvimento do Plano Estratégico do cluster do Calçado português que visa Implementação do roteiro do Cluster do Calçado para a Economia Digital.
• DONE Lab, Desenvolvimento de um laboratório em Portugal para a manufatura aditiva avançada de protótipos e ferramentas.
• 4AC Industry 4.0, Acelerator, Incubator, Prototyping: Desenvolvimento de uma aceleradora, incubadora e espaço de produtização e prototipagem para a Indústria 4.0.
• Consórcio PSA Mangualde, Investimento estimado de 12 milhões de Euros, desenvolvida pela PSA de Mangualde em consórcio com 3 universidades e 5 parceiros tecnológicos.